quarta-feira, 14 de julho de 2010

Moulin Rouge


Morar sozinha requer inspiração....
e muitas vezes esta inspiração se dissipa diante de seus olhos, devido
às peripécias da vida, onde nem tudo o que se quer, é possível....e
normalmente, quem tem, não dá valor...e quem deseja, não é correspondido!

Come What May - Haja o que houver

Nunca imaginei que poderia me sentir assim
Como se nunca tivesse visto o céu antes
Quero desaparecer dentro do seu beijo
A cada dia eu te amo mais e mais
Ouça meu coração, você pode ouvir ele cantar?
Me dizendo para te dar tudo
Estações podem mudar, inverno para primavera
Mas eu te amo, até o último momento

Aconteça o que acontecer
Haja o que houver
Eu amarei você até o dia da minha morte

De repente o mundo parece um lugar perfeito
De repente ele se move como uma graça perfeita
De repente minha vida não parece ter sido um desperdício
Tudo gira em torno de você

E não há montanha alta demais
Não há rio tão profundo
Cante essa música e eu estarei ao seu lado
Tempestades podem se formar
E estrelas podem colidir
Mas eu te amo até meu último momento

DUAS BOLAS, POR FAVOR - por Danuza Leão




Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa,contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta./

Tem vontade de ficar em casa vendo um dvd, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar./

E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo “errado”.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia...
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate...
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

domingo, 11 de julho de 2010

O Cigarro e Eu...




Comecei a fumar com mais ou menos 22 anos, e como toda boa família, foi um tanto difícil e ao mesmo tempo engraçado como meus pais reagiram ao saber de meu novo vício! Pra minha mãe resolvi contar numa véspera de ano novo, pois ambas já havíamos tomado algumas boas cervejas e a coisa seria mais fácil. Já com meu pai, eu planejei durante dias e achei mais conveniente que a revelação fosse feita em publico, assim, ele não poderia reagir tão violentamente! E foi num bar onde ele sempre tomava sua cervejinha , que cheguei como quem nada queria, me sentei e em um determinado momento, eu pedi um cigarro pra ele....meio que na cara de pau, saca? “ Pai, me dá aí um cigarro do teu que o meu acabou!?”......veixiii....claro, ele não acreditou e me ameaçou dizendo que pegaria um maço fechado e um isqueiro, e que me faria fumá-lo inteiro....eu disse: “ beleza, mas pega logo um Malboro!”....e assim, comecei minha carreira de fumante, acreditando cegamente que quando eu quisesse parar, eu simplesmente parava!
Quando eu era criança minha mãe também fumava, e por tanta insistência de minha parte, ela parou de fumar, pois havia me prometido que iria parar e eu não a deixei em paz enquanto não parou definitivamente de fumar. Meu pai sempre fumou, dentro de casa, nas refeições e tudo mais...então sempre fui uma fumante passiva e pra me tornar ativa, não me custou muito. Minha mãe me cobrava, pois um dia ela decidira parar por mim e hoje quem fumava era eu...enfim...a vida nos prega cada peça!
Hoje, aos 33 anos e meio de vida passados....venho relatar minha decisão de largar esse mau hábito, que é fumar! Claro que demorei tomar esta atitude, e por mais de um ano, fiquei inventando desculpas e criando planos mirabolantes para atingir tal meta. Tomei medicamentos que, segundo o medico, ele agiria no sistema nervoso tirando a ansiedade, e no prazo de 20..30 dias você então, para de fumar automaticamente...não foi o que aconteceu comigo..eu e minha amiga, que morávamos juntas e ambas decidiram experimentar o tal remédio milagroso....ficamos a ponto de matar uma à outra, ou qualquer coisa se atrevesse a ficar na frente! Um nervoso, uma paranóia, uma dor de cabeça e insônias juntos....que você definitivamente deve parar de fumar....por que se tomar esse medicamento por 30 dias....você morre! Daí vem a solução....tu não fuma mais se morrer!!
Ok! Ficava pensando que segunda feira eu ia parar! Ou quando acabasse aquele maço...e depois o outro...e depois quando passasse tais problemas que sempre me deixam nervosa....e sempre acontecia algo que me fazia crer que se eu parasse nesse momento, eu certamente iria morrer de tensão e desespero.
Dia 06 de Julho de 2010...anotem esta data! Pode parecer pouco...( aliás, vocês certamente pensarão que eu nem sou ex-fumante ainda, com tão poucos dias assim) mas neste dia eu fumei meu ultimo cigarro, isso foi por volta de 14 horas....estava trabalhando...e fumei...fumei ele até o filtro, sentia meus dedos se aquecerem tão perto estava tragando do filtro....
Cada trago me parecia uma despedida, e no dia anterior eu já estava tensa com minha decisão, mas ainda tinha cigarros, mas eu sabia que ele acabaria e eu não mais compraria....era uma tensão...mas uma tensão....eu estava premeditando o leão que em mim estava sendo despertado!!
Pensei em não contar pra ninguém minha decisão,mas como minha querida Lia disse, achei que ela falou acertadamente quando me aconselhou a divulgar este feito, pois assim, todos iriam de certa forma, me ajudar , mesmo que cobrando ou provocando, a me lembrar da decisão que tomei e me incentivar a manter minha palavra.
1º. Dia: este primeiro dia foi meio período, já que meu ultimo maço de cigarros acabou por volta de 14 horas....mas e daí?? Pensa que foi fácil? Cara...a noite eu estava quase entrando em transe, querendo sair correndo e gritar pro mundo ouvir o quanto eu gostaria de um cigarro naquele momento. Comia tudo o que via pela frente, acho que comeria até isopor caso ele atravessasse meu caminho. Tomei meu remédio de dormir e 3 calmantes naturais...e fui dormir!
2º. Dia: acordei e queria muito um cigarro, pra poder ir ao banheiro com meu cigarrinho...hunnnf!! ok!
Tomei um iogurte, comi um pão e saí antes que eu voltasse a pensar na existência do cigarro em minha vida! A esta altura eu já estava me sentindo um pouco deprê...não imaginava que este vicio fosse tamanho e me faria passar tão mal por conta da abstinência. Me senti uma drogada em processo de recuperação!
No decorrer do dia, o mundo se mostrou ser cruel comigo, e tudo o que não precisava acontecer, aconteceu! O mundo se virou contra mim....tinha picos de sentir vontade de correr, pegar um cigarro e mastigá-lo! Ou então, pegar com bastante jeito minha cabeça com minhas duas mãos, e jogá-la na parede com toda minha força! As pessoas me olhavam, e pareciam querer me chamar pra briga!! O telefone parecia tocar dentro da minha alma! O clientes....pareciam um bando de terroristas me torturando!! Meu Deus....pensei: eu vou enlouquecer, eu vou convulsionar!!!!
Ímpetos de pegar um cigarro eu tinha a cada 10 segundos.....depois passou a ser a cada 1 minuto...
3º. Dia: eu não acordei, pois esta já foi a segunda noite seguida que não consegui dormir! Creio que a nicotina não acaba somente com o pulmão, como divulgam por aí...acho que ela também come seus neurônios!
Resumo: 3 dias sem fumar, enlouquecida, estarrecida, e à beira de um infarto do miocárdio....sem dormir....sem beber nada alcoólico e nem um cafezinho...tudo pra não atiçar meus fantasmas tabagistas...
Comecei a divulgar que era melhor nem se aproximarem de mim, pois nem eu estava me suportando....eu agitava minhas mãos como se quisesse ir pra briga....eu já não sabia o que fazer nas horas vagas que de repente, surgiram em meus dias, sim, pois nos momentos em que eu fumava, agora eu já não mais sabia o que fazer!!!
Dá pra entender isso? Eu tinha então pra enfrentar, alem da abstinência, dividido durante todo o dia os momentos que eu parava pra fumar, mais ou menos 1:30 hrs....livre!!!! Livre.....livraço....e aí??
Eu tomava café da manhã e não sabia o que fazer depois....
Eu tomava uma cafezinho de vez em quando e ficava atordoada em achar o que fazer depois...
Eu almoçava e caralho: o que eu vou fazer agora????? Escovar 3 vezes os dentes ajuda...
E a tarde....a mesma coisa, e na janta ainda pior, porque em casa, se eu ficasse no telefone, eu fumava, se eu estava cozinhando., eu fumava, e assistindo a TV, eu fumava e olhando a lua cheia, linda....fumava!!!
E meu tempo foi ficando cada vez mais vazio...meu coração parecia querer sair pela boca, tamanho era seu ritmo. Meus ombros doíam como se eu tivesse trabalhado por 5 dias de servente de pedreiro....pura tensão muscular! Unha eu nunca roí....mas cabelos....dava vontade de arrancá-los!
Tive crises de querer sair correndo....sumir! de querer matar alguém somente pelo simples fato de ela estar na minha frente. Tive insônia, dor, vomito...depre.....raiva....insegurança...medo....e ódio de mim mesma! Como posso ter me tornado prisioneira de mim mesma com essa merda de cigarro???
Hoje estou no meu 6º. Dia... e acreditem....ainda está complicado, claro! Mas já não estou querendo matar os passarinhos que cantam no céu diariamente....começo a voltar a enxergar a beleza do dia...e resolvi não me abster de nada por conta dessa minha batalha, como não beber, ou não freqüentar pessoas e lugares que fumam....afinal, essa minha luta será travado até meus últimos dias de vida, então, que seja pra valer! Ainda tenho ímpetos de sair e pegar um cigarro e em determinados momentos, me vêem a vontade absoluta de fumar e que se foda tudo! Creio que isso vai sumindo aos poucos e acho que cada um reage de um jeito....muitos dizem que sentem vontade ate hoje....outros nem podem sentir mais o cheiro do cigarro....ja estou mais calma e me sinto como um alcoólatra...ou um viciado em crack....
O dilema “um dia de cada vez” é real....e funciona!
Hoje eu não fumei!
E quero deixar aqui meu relato todo torto e verdadeiro, para que eu e todos que venham a ler, saibam:
É possível sim parar de fumar! Mas só depende de nós mesmos!
Mas creiam...é difícil também, por isso...apoiem, sejam pacientes e aceitem as crises existenciais de quem estiver a fim de provar pra si mesmo que é capaz!!
Obs: estou viva ate o momento....e hoje, sinto dentro de meu ser que se tiver um maço à minha frente....eu dispenso e não quero mais fumar! E ainda estou no 6º. Dia....

sábado, 10 de julho de 2010

Ser....e não Ter....eis a Questão!




Não sou mãe...e gerar um filho nunca me foi algo sonhado....desejado..
Não sei, talvez aos olhos alheios isso pode parecer meio frio, insano...
Mas como em mim, simplesmente é uma sensação que existe....apenas existe e pronto...nunca foi plantada ou alimentada como negação....apenas é isso....não sonho com a tão sonhada gravidez, e gerar um ser....que se formou dentro de mim....que com certeza é um acontecimento único e o maior de todos os dons que Deus nos concedeu, de fato! Mas mesmo assim, não creio que seja pra qualquer um....
As vezes ao comentar sobre o assunto, quando sou indagada e digo que não tenho esse sonho, parece que as pessoas recebem isso com um certo estranhamento...parecem ficarem meio chocadas...
Insano talvez seria mulheres que vivem por aí ...e fazem filhos como se fossem ao supermercado... é só mais um no mundo! Mulheres com 7...9...12 crianças jogadas ao mundo, onde vivem à mercê da fome, do medo, de desprezo familiar e social, sem um mínimo de educação, zelo, carinho... vida! Crescem aprendendo que o limite é o céu para satisfazerem suas necessidades...seus receios...sua fome! E por isso, se tornam traficantes aos 9 anos de idade, ou viciadas num mundo de crack, heroína e as famosas bolas que fazem a cabeça, e se não conhecem nas ruas por onde perambulam em busca de sobrevivência, muitas vezes os próprios pais também vivem numa situação de ignorância tamanha, que vivem isto em casa, frente aos filhos...obrigando-os à passarem seus dias em semáforos mendigando, para que tragam grana pra casa pra alimentarem seus vícios!
Não sei o que choca mais:
Alguém não desejar gerar uma criança. Ou aquelas que geram à torto e direito pelo simples fato de não terem respeito pelo dom da vida, fazem sexo sem o menor respeito por si próprio, como teria por uma possível vida, vinda de uma gravidez indesejada?
Ser....ser mãe é algo absoluto!
Ter...ter um filho é uma escolha!
Muitas vezes o Ter não caminha junto com o Ser...e crianças crescem sem o tão necessário amor de mãe!
Ser mãe, não é apenas gerar...
Gerar um filho pode ser o ápice da comunhão de duas almas, uma gerando, outra sendo gerada...num mesmo ritmo, numa mesma sintonia, um zelando, a outra conquistando seus espaços dentro da mãe...ligados por um cordão...que se sentem até a alma um do outro!
Mas de que adianta gerar...ser dona e evidência de tamanho milagre...e não o por em pratica no dia a dia?
Não vou gerar um filho dentro de mim....e não posso lhes dizer que sei o que por que desse sentimento. Apenas o sinto e aceito.
Mas tenho amor em mim, que percebi nos últimos meses, ser maior e mais absoluto do que de muitas mulheres que estão por aí, gerando e parindo os filhos do acaso, do medo, de incerto!
Também não sei ao certo o que porque de tamanho amor que estou vivendo com esta pequena, e apenas questiono-o por ser um amor no qual eu jamais imaginei sentir dentro de meu ser...ele é sem controle, sem medidas, sem limites e infinito! Ele dói. Ele me faz sangrar por imaginar esta pequena luz passar por algo que a faça sofrer! Ele me tira o ar quando vejo ou sinto que ela definitivamente está à mercê do mundo, da vida...do dia a dia...das decisões das pessoas que lhe cercam, e sua felicidade depende das decisões que sua família tomar perante ela e sua vida!
Tenho pedido a Deus que me perdoe caso eu esteja sendo mesquinha em sentir tamanho receio por esta linda criança em relação a sua família....sua vida....afinal...aqui embaixo, nada é por acaso.
Porém, muitas conquistas e dissabores em nossas vidas provem daquilo que vivemos quando ainda éramos uma inocente criança...vem daquilo que aprendemos, convivemos e sentimos perante nossos pais, perante nossos dias de crescimento enquanto dependíamos destes, e mal sabíamos pensar, mas jamais devemos nos esquecer de que, por mais inocente que somos e ainda não conseguimos assimilar nossos pensamentos, podemos, plenamente....sentir!
O que sentimos perante cada acontecimento vivenciado e presenciado em nossa infância, fará parte de nosso intimo pelo resto de nossas vidas!
E por isso hoje me sinto um ser minúsculo, insignificante e obsoleto.
Vejo mulheres com seus filhos....fazendo deles maquinas de fazer dinheiro, ou então, pau de escora! Ou elas os vêem no futuro realizando tudo aquilo que elas não tiveram coragem de ser e fazer....ou as vejo usando de seus filhos como um verdadeiro muro de lamentações, jogando sobre ele toda dor, frustração e medo da vida....gritando...ofendendo.....espancando....”crianças”...
crianças sáo fontes de amor pleno...amor ágape...amor de Deus...e seu melhor ensinamento é o verdadeiro amor....nada mais...apenas lhe dê amor...
Cara, ser ou ser....eis a questão....
Ser é tudo...é pleno!
Ter é querer....fazer...desejar e por em pratica!
Não serei gerando....
Mas me sinto em amor!
Quiçá a vida me permita, com o consentimento de nosso Deus...entender tamanho sentimento em meu ser por esta pequena grande criança! E que eu entenda a tempo, de meu coração não se esvair em sangue e dor assistindo seus crescimento, sem que eu possa lhe apoiar...lhe indicar e estar ao seu lado como gostaria!
Ou a vida nos mostra que devemos TER....
Ou a vida nos mostra que devemos SER....
No final, o que importa, é decidir SER ou TER com todo coração! Entregando sua alma por este amor!
E um dia quem sabe eu possa recitar a frase de uma musica que meu pai adorava...
“ Dei mais sorte com a Beatriz!...”

Apenas pensamentos e desabafos...
Claudia

terça-feira, 29 de junho de 2010

Morar sozinha tem dessas coisas.

Aniversário de mamãe.

Eu cá. Ela lá.

Dessa vez não foi possível a visita.

Mando seu São Pedro, abrindo todas as portas, te pegando de surpresa entre um afazer e outro.

Bj mamá.

terça-feira, 22 de junho de 2010

À Procura de você....


Tenho visto em meu dia a dia que muitas das que moram sozinhas, se confrontam com o estigma de que " morar sozinha é solitário"...vivem este sentimento com profundidade, e muitas vezes o sentem com dor de solidão mesmo!
Penso que como seres mortais que somos, somos recheados de sentimentos, pré-conceitos e uma programação infinita "daquilo que devemos ser" desde que nascemos. Somos programados desde o momento de nossa concepção, quando nossos pais começam a fazer planos e sonhos para nossa ainda pequena, mas já existente vida. A verdade que vejo, é que os pais criam seus filhos para “dar certo”! Mas o termo “dar certo” é muito amplo e decorre de muitas outras concepções, sendo estas, por exemplo, concepções de vida, de escolha, de visão....de sentimento!
Dar certo numa visão meio que mundial, seria crescer, se formar, casar-se, ter filhos e obter sucesso!! ( mesmo que este sucesso ($$$) seja casar-se com um marido podre de rico! Aí pronto, os pais levantam suas bandeiras felizes e orgulhosos por que sua filha se casou, lhe deu netos, e ainda o genro é “muntado” na grana! ( esquecem-se até os valores surreais que investiram nos estudos de sua filha, pagando faculdade, mestrado, pós graduação e o caralho à quatro, para depois, à verem pilotando um fogão e se tornando expert em maquinas de lavar roupas!)
Enfim, sei que devem estar se perguntando o que tem a ver isso com o inicio de meu depoimento; e questão é:
Somos aquilo que queremos ser?? Ou somos aquilo que fomos programados para ser??
As vezes me questiono sobre isso; “ eu sou realmente aquilo que quero ser?? Num contexto geral, quanto eu sou mais o que eu sou, porque quero ser....e quanto eu sou aquilo que me pregaram para ser?” Faço por mim....ou pela sociedade? Faço por me amar assim, ou para que meus pais me amem?? Ou para ser aceita??
Penso que o termo solidão é muito mais abrangente do que se é entendido. Solidão é algo que envolve muita coisa de dentro de ti. Não nos sentimos sozinhas simplesmente por que moramos sozinhas, ou porque estamos solteiras...
A solidão provém, de um “sentimento de solidão interna”....de ausência de auto estima, de se fazer companhia...de se amar, se entender, se aceitar e se desejar!!
Quantos de nós nesse mundo culpamos ou usamos como argumento o fator namoro, casamento, família e amigos....para justificar nossa solidão?! Ah....to solteira! Ah....minha família está longe! Ah...meus amigos não ligam pra mim...e entre mil e uma desculpas, nos escondemos atrás do fator principal: EU!
EU tenho amigos!
EU tenho uma família!
EU tenho um namorado(a)!
EU moro sozinha!
E eu.....me amo!
Neste mundo, nesta vida....no final....sou apenas eu!
Quando se tem auto estima, e digo, AUTO ESTIMA com letras maiúsculas, pois tem que ter amor próprio pra valer! Se amar mesmo, se aceitar....e ter consciência de que nesta vida, o que vale mesmo...é AMOR!
Mas como amar alguém, ou algo...se não nos amarmos primeiro? Como saberei a dimensão do amor, se nem ao menos sei me amar? Que dimensão de equilíbrio eu saberia em relação ao amor, se nem ao menos o tenho pra mim, comigo?
Solidão é também falta de amor próprio! Solidão é também auto estima zero!
Quando estou bem comigo mesma....não sinto um momento sequer, de solidão.
Quando estou bem comigo, eu to bem mesmo! Nada importa, tudo está bom, e tudo tem uma cor mais alegre, as pessoas estão mais bonitas, e meu amor pelos que amo até aumenta!!
Amor próprio é a chave de quase todos nosso problemas e questões.
O fato é que, o que manda na verdade, é sua posição emocional para consigo mesma!
Ame-se....e sentirá dentro de ti, um sentimento suficiente para não sentir medo, nem dor, nem solidão e muito menos vazio!
Li em um livro outro dia que o Verdadeiro Amor, não é aquele que nos apaixonamos e morremos por ele...e sim, aquele sentimento que não é o coração que guia, e sim, é você que está no comando!
Diz ainda que não devemos seguir nossos corações, porque ele é movido pela emoção e nunca pela razão!
Discordei à principio. Porém, pensando e refletindo melhor...entendi que é verdade!
Quando seguimos nossos corações somos muito mais impulsivos do que racionais.
Porem, quando qualquer dificuldade aparece, nosso coração recua, quando a rotina bate a porta, nosso coração murcha...
Paixão é um sentimento de explosão....mas passa!
Amor não...amor é um sentimento sólido, concreto...e realmente incondicional! Incondicional também é um termo que daria pano pra manga!!
Amar incondicionalmente não é ser troxa dos outros, como dizem por aí!
Amar incondicionalmente é simplesmente amar...aceitar....e nada mais!
Amar por amar....apenas!
Eu apenas amo você! Porque? Por tudo.....e por nada! Apenas amo!
Amo você por que você existe em minha vida!
E o Amor Incondicional também, significa que quando amamos, não cobramos, não queremos retribuição, nem sentimos falta desta, por que nosso amor é auto suficiente e este amor, é o Amor Ágape, aquele que Jesus veio tentar nos ensinar....um amor sem limites, e sem amarras, não se importando se o outro lado, a outra parte está correspondendo da maneira que gostaríamos. Porque se fizermos esperando em troca....estamos fazendo por interesse. E o amor não tem interesses, senão o de simplesmente amar!
O que quero sugerir aqui, pra todos nós...é que tentemos evidenciar mais vezes esses “encontros casuais” conosco....sabe....aqueles encontros que, por momentos, podem parecer momentos ruins, tristes....mas se você observar bem, verá que estes momentos podem ser encontros deliciosos com você mesma! Encontros de amor...encontros de carinho....de reflexão....de silencio até....mas um silencio abençoado, e não demolidor!
Não podem imaginar o quão engrandecedor pode ser um desses encontros casuais contigo mesma!
Em dias de luta, não muito raramente, sou surpreendida por esses encontros, e como os faço com muita freqüência, por vezes percebo que esses encontros já me começam a vir em forma de retribuição....tenho me visto do outro lado, como se eu pudesse me ver, do lado de fora! E tenho visto coisas que estão me fazendo me apaixonar por mim! Estou admirada como estou mudando....crescendo.....amando! E por vezes, como resultado dessa minha postura, tenho também sido surpreendida pelos que me amam! Pessoas de todas as partes que eu sempre amei, me dediquei e se preciso fosse ( e ainda é) eu daria minha própria vida por estes, pessoas que simplesmente em algum momento de minha vida, decidi amá-las.....amá-las com toda minha força, com todo meu melhor....de forma que eu nunca tive ou terei controle desse amor....tamanho sua força.....hoje, estão mais fortes ao meu lado, mais únicos, mais enraizados.....do que jamais algo seria!
E é exatamente isto! O amor somente pode nos trazer mais amor! O amor traz crescimento em todos os sentidos....espiritual, emocional, financeiro e moral.
Mas peço;
Ame-se primeiro!
Por mais difícil que possa parecer, garanto-lhes por experiência própria que mesmo na minha errante caminhada, à procura desse ciclo interminável de crescimento....ainda assim, eu só fui beneficiada!
Muito amor pra vocês....e muitos momentos de solidão enriquecedores pra vocês!

CCM.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Morar sozinha é....

Morar sozinha exige peripécias mil quando se trata de cozinhar! Viver de salada todo dia ninguém consegue, e fazer belos pratos todos os dias pra uma única pessoa se torna pouco viável. Vive-se num dilema eterno do " se fizer demais, estraga" e "se fizer pouco, todo dia tem que ir pra cozinha"...e " se fizer uma quantidade média, conforme-se em comer a mesma comida pelo menos em 3 refeições"!! Ainda me pego na árdua missão de aprender a fazer arroz em pequenas quantidades;





Mesmo com inúmeros cálculos e idéias mirabolantes, fico completamente sem saída quando percebo que uma xícara de arroz pra mim apenas, daria pra uma semana!!Então recorri às medidas...e descobri que fazer arroz em doses individuais para uma pessoa que come pouco, é praticamente um martírio! 1/4 de xícara de arroz são suficientes para duas refeições!






Morar sozinha é ter de aprender a cozinhar 1/4 de xícara de arroz e aprender a lhe dar com cáculos!!